sexta-feira, 2 de julho de 2010
Insônia: quando o inimigo dorme ao lado
por Miila Derzett
Como retomar o bem-estar físico quando a mente está agitada e esgotada ao mesmo tempo e a insônia passou a ser uma companheira de quarto? Alguns respiram, praticam pranayama. Outros sentam em sukhasana e meditam, projetam, testemunham. Outros, em savasana, entram em Yoga Nidra.
Eu coloco minha vida num papel a minha frente como se tivesse aberto um HD imenso, e com giz de cera, vou escrevendo tudo o que está literalmente me tirando o sono, utilizando cores de acordo com a prioridade de execução das tarefas/pensamentos. Um bom exercício para um vata inquieto, um pitta frustrado e irritado porque as coisas não andam acontecendo do jeito planejado ou um kapha que se perdeu dentro de tantos compromissos e tarefas e não sai do lugar.
Numa cartolina branca observo minha vida... tão lá fora, prejudicando e esgotando meu corpo e minha mente.
Tento priorizar o que vai dar um sono tranquilo, um dia presente e ao que está dentro pedindo atenção há vidas. Olho com carinho para o ítem "mais quietude e mais meditação". Que seja numa alimentação preparada com canto de mantras. Num banho com óleos, sem pressa, elaborado conforme minhas necessidades. E às vezes precisamos simplesmente suspirar. E isso já é um bom começo, desde que seja feito de forma consciente.
Escrevendo aquilo que me angustia, a sensação que tenho é como se um grande peso fosse saindo das minhas costas. Não é abrir a agenda e organizar seus horários. É mais que isso.
É agir com discernimento perante um bolo de coisas que vão sendo escritas por você mesmo, tarefas e mais tarefas, invenções, compromissos "inadiáveis". A cada palavra escrita, um novo olhar sobre ela. E você vai perceber como tem material a ser "deletado". Mas permita-se estar aberto a isso com neutralidade e distanciamento, ok? É somente um punhado de energia que está tirando o foco de algo bem mais importante a ser realizado em sua vida, pode ter certeza disso.
Depois de coloridas e enumeradas por prioridade - e uma porção literalmente riscadas do mapa - a cada tarefa cumprida, com o cuidado de não inventar duas novas logo adiante, um suspiro de alívio. E dê tempo ao tempo: duas por dia. Uma tarefa que requer mais tempo e paciência terá um mês. Faça de uma vez aquele telefonema para a companhia de cartão de crédito. Aliás, quebre-os. Eles agem como algemas na nossa mente. Nos aprisionam. Telefone para as tias, afilhada, irmã que mora longe e custa um DDD danado. Faça.
Organize a pasta de contas. Limpe o armário. Tire um dia para dar roupas, costurar outras, guardar umas tantas. Sente-se na praia com uma amiga que não vê há tempos, não interessa se naquele dia as ações estão subindo e você tem que olhar no seu smartphone (ou como chama um amigo meu, "trashberry"). Desligue-se.
Perceba que as tarefas que mais tensionam nosso pescoço e costas são exatemente as que vamos empurrando com a barriga, ou seja, as que custam TEMPO. Realize-as. As que não são importantes, desapegue de uma vez. ISSO é muito importante.
O interessante nesse processo é perceber como fazemos coisas, muitas ao mesmo tempo. Por isso nos sentimos tão cansados até mesmo nos dias que acordamos tarde e não realizamos muito fisicamente. A mente não pára, nem o tempo.
Nesse processo de colocar tudo no armário e sentar de frente dando o real valor a cada um dos "arquivos" de nossa mente, aprendemos muito. Sobre nossas escolhas, sobre nossos medos, medo daquilo que já deveria ter virado realidade e vamos sabotando... Aprendemos que existem questões que merecem carinho e um olhar sincero, daquilo tudo que é construção sua, reflexo de sua personalidade. Questões muitas vezes profundas, as que mais tememos encarar e que, no final, nos impedem de seguir realizando.
Na cartolina nos deparamos com crenças tolas, vontades absurdas, mas que fazem parte de nossas "sombras", aquilo que também somos. Ora, somos luz e sombra, yin e yang, aquilo que nos orgulha e o que nos causa vergonha e insistimos em criar uma pastinha onde está escrito "deixa quieto" como se varrêssemos para baixo do tapete, sem coragem de jogar na lixeira e nem de deletar...
Pois bem: hora de, com pernas cruzadas ou não, espelhar nosso sistema mental e organizá-lo. Faça hoje, não espere pela segunda-feira. Quebre padrões, desafie-se!
Risque o que é passado, reescreva seu momento. Com ânimo, seus humores mentais passam a ganhar equilíbrio e uma espécie de bem-estar vai substituir aos poucos a fadiga mental.
Depois disso, um leite quentinho com uma pitada de noz moscada irá ajudar naturalmente a induzir ao sono. Um pouco mais? Automassagem nos pés com óleo de gergelim. E depois disso, bons sonhos.
Mas sem exagerar na quantidade deles!
Lindo texto da minha linda professora (na foto) sobre essa coisinha chata chamada insônia q incomoda tanta gente, né?
Brigada prof! Love you!
Bjs a todos!
Namastê!
*
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Um comentário:
Passe por acaso no seu blog e gostei pelo criatividade dele, você deve ser um ser especial aqui neste Planeta, e gosto de me juntar a eles...estou seguindo ele agora....abraços de muita Luz para você e seus....Namastê...JO
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